Esporte adaptado é alternativa para integrar e melhorar performance
Quando Douglas Amador tinha 13 anos, soube por sua mãe que o professor de Educação Física do colégio onde ele estudava disse que o menino poderia ser dispensado das aulas, se levasse um atestado médico. Douglas teve paralisia cerebral no momento do nascimento e tem o lado direito do corpo paralisado. A mãe do então menino bateu o pé e insistiu que ele participasse das aulas, pois era o único momento de integração com os colegas. Anos depois, ele descobriu a Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (Andef), em Niterói, Rio de Janeiro, e tornou-se um atleta paralímpico, conquistando inúmeras medalhas no salto a distância.
“Se minha mãe não insistisse para que eu continuasse na Educação Física, talvez eu não tivesse desenvolvido o gosto pelos esportes. Não culpo o professor. Naquela época ninguém ouvia falar em educação física adaptada, hoje que o assunto está mais em voga, felizmente. O professor tem que ‘quebrar a cabeça’ para achar uma maneira de incluir o aluno com deficiência na aula, o benefício é grande demais para deixar alguém de fora. Depois que conheci a Andef, minha vida mudou. Por meio do esporte, conquistei tudo o que tenho e o que sou”, conta Amador, que atualmente é gestor de esportes da Andef.
De acordo com o gestor, a instituição tem parceria com as escolas da região, orientando diretores e professores para que incluam os alunos com deficiência nas atividades físicas, até porque a Andef não tem capacidade para atender todo mundo. “Fazemos um trabalho de conscientização, inclusive levando jovens que treinam na Andef para fazer apresentações nas escolas. O grande problema é a falta de informação. Nós mostramos para os professores que o aluno deficiente não é um problema, que é possível trabalhar com o que ele pode fazer. Não é fácil, mas ficamos muito felizes quando temos resultados positivos, e eles são muitos”, comemora.
A professora Kelly Serejo, que dá aula de Educação Física há quatro anos na Escola Municipal Paulo Freire, em Niterói, tem vários alunos com diferentes tipos de deficiência e acredita na força do esporte para melhorar a saúde física e mental das crianças.
“Temos alunos surdos, que não precisam de adaptação, e outros com limitações físicas maiores, mas todos participam das aulas. Não tem receita de bolo, temos que lidar a partir das situações que aparecem. A prática esportiva na escola tem um aspecto mais social, não é necessariamente para formar atletas, mas isso pode acontecer. Trabalhamos com jogos, cooperação mútua, brincadeiras... Temos resultados concretos de alunos que passaram a interagir mais depois que começaram a praticar atividades físicas”, conta a professora.
A professora Kelly Serejo, que dá aula de Educação Física há quatro anos na Escola Municipal Paulo Freire, em Niterói, tem vários alunos com diferentes tipos de deficiência e acredita na força do esporte para melhorar a saúde física e mental das crianças.
“Temos alunos surdos, que não precisam de adaptação, e outros com limitações físicas maiores, mas todos participam das aulas. Não tem receita de bolo, temos que lidar a partir das situações que aparecem. A prática esportiva na escola tem um aspecto mais social, não é necessariamente para formar atletas, mas isso pode acontecer. Trabalhamos com jogos, cooperação mútua, brincadeiras... Temos resultados concretos de alunos que passaram a interagir mais depois que começaram a praticar atividades físicas”, conta a professora.
Os alunos com deficiência da escola Paulo Freire ganharam este ano um reforço extra na área esportiva. A instituição recebeu dez cadeiras de rodas adaptadas para a prática de rúgbi (esporte que se assemelha com o futebol americano) especialmente desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT). O projeto foi pensado por uma equipe de analistas do instituto, entre eles Gustavo Menezes, atleta do esporte há 20 anos. “Pensamos em levar o esporte - tanto o tradicional quanto o quad-rúgbi, desenvolvido para pessoas com deficiência – para as escolas. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) financiou o projeto e começamos a desenvolver os equipamentos e a treinar os professores. Os resultados são surpreendentes e gratificantes. Já vimos crianças com paralisia cerebral e surdos-mudos interessados em ver como a cadeira funciona, interagindo de forma nova”, conta Menezes.
A professora Kelly e os alunos da Paulo Freire já aprovaram a novidade. “Os meninos estão gostando muito. A cadeira não serve apenas para rúgbi, ela pode ser usada em outros esportes também, como basquete. O equipamento está nos ajudando muito”, ressalta.
A professora Kelly e os alunos da Paulo Freire já aprovaram a novidade. “Os meninos estão gostando muito. A cadeira não serve apenas para rúgbi, ela pode ser usada em outros esportes também, como basquete. O equipamento está nos ajudando muito”, ressalta.
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