domingo, 6 de maio de 2012

Educação física contribui para inclusão de alunos com deficiência

Esporte adaptado é alternativa para integrar e melhorar performance

Crianças deficientes Andef (Foto: Divulgação)Crianças com deficiência na Andef: mais felizes e integradas por conta do esporte (Foto: Divulgação)

Quando Douglas Amador tinha 13 anos, soube por sua mãe que o professor de Educação Física do colégio onde ele estudava disse que o menino poderia ser dispensado das aulas, se levasse um atestado médico. Douglas teve paralisia cerebral no momento do nascimento e tem o lado direito do corpo paralisado. A mãe do então menino bateu o pé e insistiu que ele participasse das aulas, pois era o único momento de integração com os colegas. Anos depois, ele descobriu a Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (Andef), em Niterói, Rio de Janeiro, e tornou-se um atleta paralímpico, conquistando inúmeras medalhas no salto a distância.
“Se minha mãe não insistisse para que eu continuasse na Educação Física, talvez eu não tivesse desenvolvido o gosto pelos esportes. Não culpo o professor. Naquela época ninguém ouvia falar em educação física adaptada, hoje que o assunto está mais em voga, felizmente. O professor tem que ‘quebrar a cabeça’ para achar uma maneira de incluir o aluno com deficiência na aula, o benefício é grande demais para deixar alguém de fora. Depois que conheci a Andef, minha vida mudou. Por meio do esporte, conquistei tudo o que tenho e o que sou”, conta Amador, que atualmente é gestor de esportes da Andef.
 
Douglas Amador Olimpíada de Atlanta (Foto: Divulgação)Douglas Amador na Olimpíada de Atlanta,
em 1996 (Foto: Divulgação)
De acordo com o gestor, a instituição tem parceria com as escolas da região, orientando diretores e professores para que incluam os alunos com deficiência nas atividades físicas, até porque a Andef não tem capacidade para atender todo mundo. “Fazemos um trabalho de conscientização, inclusive levando jovens que treinam na Andef para fazer apresentações nas escolas. O grande problema é a falta de informação. Nós mostramos para os professores que o aluno deficiente não é um problema, que é possível trabalhar com o que ele pode fazer. Não é fácil, mas ficamos muito felizes quando temos resultados positivos, e eles são muitos”, comemora.

A professora Kelly Serejo, que dá aula de Educação Física há quatro anos na Escola Municipal Paulo Freire, em Niterói, tem vários alunos com diferentes tipos de deficiência e acredita na força do esporte para melhorar a saúde física e mental das crianças.

“Temos alunos surdos, que não precisam de adaptação, e outros com limitações físicas maiores, mas todos participam das aulas. Não tem receita de bolo, temos que lidar a partir das situações que aparecem. A prática esportiva na escola tem um aspecto mais social, não é necessariamente para formar atletas, mas isso pode acontecer. Trabalhamos com jogos, cooperação mútua, brincadeiras... Temos resultados concretos de alunos que passaram a interagir mais depois que começaram a praticar atividades físicas”, conta a professora.
 
Gustavo Menezes INT Rugby (Foto: Divulgação)Gustavo Menezes, com a bola: atleta de rúgbi e
analista do Instituto Nacional de Tecnologia
(Foto: Divulgação)
Os alunos com deficiência da escola Paulo Freire ganharam este ano um reforço extra na área esportiva. A instituição recebeu dez cadeiras de rodas adaptadas para a prática de rúgbi (esporte que se assemelha com o futebol americano) especialmente desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT). O projeto foi pensado por uma equipe de analistas do instituto, entre eles Gustavo Menezes, atleta do esporte há 20 anos. “Pensamos em levar o esporte - tanto o tradicional quanto o quad-rúgbi, desenvolvido para pessoas com deficiência – para as escolas. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) financiou o projeto e começamos a desenvolver os equipamentos e a treinar os professores. Os resultados são surpreendentes e gratificantes. Já vimos crianças com paralisia cerebral e surdos-mudos interessados em ver como a cadeira funciona, interagindo de forma nova”, conta Menezes.

A professora Kelly e os alunos da Paulo Freire já aprovaram a novidade. “Os meninos estão gostando muito. A cadeira não serve apenas para rúgbi, ela pode ser usada em outros esportes também, como basquete. O equipamento está nos ajudando muito”, ressalta.

Quase 50% das pessoas com deficiência querem ganhar entre R$ 1.501 e R$ > 4.500

Em 04/05/12, Maria Isabel<bel_jornalista@yahoo.com.br> escreveu:

> Caros
> Para conhecimento
Quase 50% das pessoas com deficiência querem ganhar entre R$ 1.501 e R$ > 4.500> 03 de maio de 2012 • 16h47
> Por: Gladys Ferraz Magalhães
>
> De acordo com o estudo, este percentual é maior do que o apurado no ano
> passado, quando 41,6% dos entrevistados tinham esta pretensão salarial.
>
> SÃO PAULO – Neste ano, 49,2% das pessoas com deficiência têm
> pretensão salarial de R$ 1.501 a R$ 4.500, segundo revela a pesquisa
> “Pessoas com Deficiência: expectativas e percepções do mercado de trabalho”,
> realizada pelo i.Social.
> No que diz respeito à escolaridade, a pesquisa também apurou aumento de um
> ano para outro, sendo que, entre os entrevistados, ela passou de 49% em 2011
> para 53% este ano. Apesar disso, no levantamento atual, apurou-se que há
> menos inserção destes profissionais no mercado de trabalho.
> “Atualmente, 38,5% dos pesquisados estão desempregados, enquanto que, no ano
> passado, eram 29,10% (…) Houve um importante decréscimo de PCDs [pessoas com
> deficiência] empregadas em cargos gerenciais (apenas 2% em 2012, contra 9%
> em 2011)”, diz a gerente de projetos da i.Social, Júlia Rosemberg.
> Promoções
> Ainda conforme o estudo da i.Social, três quartos dos entrevistados não
> receberam nenhuma promoção no último emprego, ainda que a maior parte deles
> esteja (ou ficou) há mais de um ano no atual emprego. Na opinião de Júlia, o
> fato denota que, “mesmo com um tempo relativo de emprego, essas pessoas não
> estão evoluindo dentro da empresa”.
> Sobre as barreiras para a inclusão de profissionais com deficiência no
> mercado de trabalho, as mais citadas pelos entrevistados foram oportunidades
> ruins, foco exclusivo no cumprimento de cotas e poucas oportunidades.
> Neste sentido, para melhorar as oportunidades, 31% dos pesquisados acreditam
> que deveria haver mais fiscalização da Lei de Cotas, ou seja, que a punição
> é o caminho mais eficaz para o cumprimento da legislação. Enquanto isso, 25%
> avaliaram que o aumento da porcentagem de pessoas com deficiência nas
> empresas seria uma saída e, 23% apontam o incentivo fiscal para as empresas
> contratantes.
> Maria Isabel da Silva
> Jornalista-São Paulo/SP
> O caminho da inclusão
> passa pela informação