quarta-feira, 24 de julho de 2013

Educação Física adaptada: limites e superação nas aulas


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Tente, invente e faça da aula de Educação Física um momento mágico e diferente. Com esta proposta, o paradesporto surge como uma atividade diferenciada e agradável para portadores de necessidades especiais, onde a inclusão e superação são valores que fazem parte durante toda a prática esportiva.

Para os não portadores de necessidades especiais, é um momento diferente, onde é possível descobrir novas habilidades com materiais, instrumentos e ferramentas que habitualmente não utilizam em seu cotidiano.

Quando um profissional de Educação Física se defronta com um aluno portador denecessidades especiais (em uma turma de não portadores) muitas vezes não está preparado para desenvolver atividades adaptadas que atendam os interesses e envolvam todos os alunos. A criatividade deste profissional deverá contemplar além da satisfação dos anseios de todos os alunos, bem como, o desenvolvimento dos valores que deverão estar intrínsecos na atividade proposta como inclusão social, cooperação, superação, autocontrole e respeito ao próximo que fazem das aulas de Educação Física um instrumento de aprendizado das relações entre pessoas. Sensibilizar o aluno não portador de necessidade especial através da vivência é, sem dúvida, o primeiro passo para a tão esperada inclusão. Um bom exemplo é a prática de rugby ou o basquete em cadeiras de rodas, para que os alunos vivenciem a dificuldade do paratleta na superação de seus limites. O voleibol sentado, futebol para deficientes visuais e corrida paracadeirante também são boas opções para se trabalhar.

O profissional de Educação Física nem sempre está habilitado tecnicamente ou possui o material necessário para o desenvolvimento de uma modalidade paradesportiva, por isso, a criação de momentos de parceria com entidades surge como uma excelente opção para divulgação e implementação dessas práticas. Após a vivência dos alunos, a avaliação da atividade é muito importante. A avaliação poderá ser feita por meio de um relatório onde o aluno poderá expor as suas impressões sobre a aula e seu ponto de vista com relação aos valores como respeito ao próximo, superação das dificuldades e os limites. O mais importante é que essa inclusão sirva como um exemplo de vida, já que esses alunos com alguma necessidade especial, mesmo com o sofrimento das sequelas motoras causadas por um acidente ou enfermidade, encontraram no esporte um estímulo para eles não desistirem de viver.

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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Sem Pistorius na pista, Alan Fonteles voa, leva ouro e bate recorde mundial


Na primeira grande competição sem o sul-africano, brasileiro brilha no Mundial Paralímpico e é aplaudido de pé com a marca nos 200m T43

Por Leonardo FilipoDireto de Lyon, França
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Alan Fonteles não tomou conhecimento dos adversários. Quando apontou na curva, a medalha de ouro já tinha dono. Mas ele queria mais. E não perdeu a oportunidade de riscar o nome de Oscar Pistorius do alto da lista de recordistas mundiais dos 200m classe T43. Agora, quem ocupa este lugar é o brasileiro. Depois de silenciar o Estádio Olímpico de Londres ao cruzar a linha de chegada exatamente na frente do sul-africano, no ano passado, Alan voltou a vencer a prova. Desta vez, no Mundial Paralímpico de Atletismo, em Lyon. E sem ter o astro na raia ao lado - Pistorius está afastado das pistas desde fevereiro, acusado de ter matado a namorada Reeva Steenkamp. Neste domingo, com o tempo de 20s66, Alan foi aplaudido de pé pelo público ao deixar para trás a antiga marca que estava em poder de seu ídolo (21s30).
Alan Fonteles Mundial de Atletismo de Lyon (Foto: Marcio Rodrigues / Mpix / Cpb)Alan Fonteles rouba de Pistorius o recorde mundial  (Foto: Marcio Rodrigues / Mpix / Cpb)
Quem mais se aproximou do novo recordista de 20 anos foi o americano Blake Leeper (21s78). O alemão David Behre (23s45) completou o pódio. A temporada tem sido boa para Alan. Em junho deste ano, em uma competição em Berlim, ele já havia conquistado o status de homem mais rápido da história dos 100m (10s77).
Nos Jogos Paralímpicos de 2012, Alan Fonteles foi campeão dos 200m T44, superando o favorito Oscar Pistorius. Depois da prova, o sul-africano causou polêmica ao contestar as próteses usadas pelo brasileiro.
Dois dos maiores velocistas paralímpicos do mundo tinham um encontro marcado neste Mundial. Em fevereiro deste ano, porém, Oscar Pistorius trocou as páginas esportivas pelas policiais, ao ser acusado de matar sua namorada. Se em Lyon não havia Pistorius, o adversário foi o relógio. Mas Fonteles diz que não pensava em pulverizar a marca do sul-africano, como fez.  
- Ser campeão e recordista mundial é um sonho que se tornou realidade. Queria apenas ganhar a prova, não pensava no tempo. Quando eu cheguei nos 30, 40 metros finais, comecei a olhar o relógio e vi que ele estava passando muito devagar. Eu estava muito rápido. Fiz a verdadeira corrida contra o relógio. Quando vi o tempo botei toda a minha felicidade para fora.
 
Após desbancar Pistorius em Londres e lhe tomar o recorde mundial neste domingo, Alan reconheceu que é o cara a ser batido e que não sabe os seus limites.

- Hoje eu sou o cara a ser batido, o Alan Fonteles de Oliveira. Eu me assusto comigo. Não sei até onde chegar. Só Deus vai saber o meu limite. Mas podem ter a certeza de que cada vez que eu entrar na pista vou querer fazer o meu melhor.
Alan Fonteles Mundial de Atletismo de Lyon (Foto: Marcio Rodrigues / Mpix / Cpb)Brasileiro deita na pista após comemorar a façanha em Lyon (Foto: Marcio Rodrigues / Mpix / Cpb)
O repórter viaja a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro.